PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007
Na representação da alma,
Sou o mendigo a vegetar,
Perdido nas esquinas do ser,
Onde a luz raramente vem espreitar.
Sou o rei a edificar,
Castelos de sonhos e ilusões,
Erguendo muralhas contra o tempo,
Na vastidão das minhas criações.
Sou o olhar no palco das intenções,
Vagueando entre verdades e disfarces,
Captando o que se esconde nas sombras,
Decifrando os silêncios, as farsas e as partes.
Na representação da alma,
Sou todo e ninguém,
O mendigo, o rei, o olhar que observa,
E o eco que ressoa além.