PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007
O reflexo de tudo o quanto desprezo,
O olhar cínico e pretensioso, uma bofetada!
Basta para ser encarcerado e preso,
Pela ousadia endiabrada de não ficar calado.
Nas palavras que lanço, há fogo e espinho,
Cada frase uma flecha, cada verso um caminho,
E mesmo que o silêncio seja a ordem,
A verdade que carrego não se esconde.
Não consigo suportar a máscara fingida,
Nem a hipocrisia que no rosto se estampa,
E mesmo que me custe a liberdade,
Prefiro gritar, sem medo da verdade.
O reflexo do que desprezo é o que enfrento,
Na batalha diária, no meu tormento,
E se a prisão for o preço a pagar,
Que assim seja, mas nunca vou me calar.