PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007

Apetece-me abandonar,

Nesta hora maldita, a mente se liberta,

Perpassa morosamente pelos segundos,

Como se quisesse prolongar cada instante.

Desejo que o universo

Aumente o temporizador do momento,

Para que eu possa, com tristeza e dor,

Gozar o prolongamento, o amor.

E, como eternamente insatisfeito,

Ficar com as saudades da minha pior condição,

Mas genuína, real, sem máscaras,

Onde cada cicatriz conta uma história,

E cada lágrima é um reflexo da alma,

Que, mesmo ferida, ainda brilha na escuridão.