PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007
Afasto-me das pessoas,
Não por falta de gostar ou de as compreender,
Mas porque a falsidade e o egoísmo
Tornam-se espelhos em que não quero me ver.
Incluído eu, sou parte desse jogo,
Também finjo, também minto,
Vestindo máscaras que o mundo exige,
Escondendo verdades que o coração insiste.
É um ciclo vicioso, uma dança de disfarces,
Onde a sinceridade se perde em gestos fugazes,
E na tentativa de ser verdadeiro,
Acabo por me afastar, buscando o silêncio primeiro.
Prefiro a solidão à companhia vazia,
Onde cada palavra é calculada,
Onde a verdade é distorcida,
E o amor é uma moeda trocada.
Afasto-me, não por desprezo ou rancor,
Mas para encontrar a paz que só o silêncio traz,
Mesmo sabendo que, no fundo,
Também faço parte desse teatro,
Onde todos fingem, incluindo eu.