PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007
Adormeço a fome das palavras insaciáveis da minha alma,
À noite, acordo a suar, com a febre das safras,
Estou a delirar! Esta ânsia de cultivo,
Que me consome, queima, em fogo intenso e vivo.
Às lágrimas falta a emoção,
Para regar a chama que arde sem razão,
E refrescar a mente, em busca de alívio,
Mas o pranto é seco, como um campo estéril e vazio.
Cada verso é um grito, uma tentativa de escape,
Mas a febre do cultivo mantém-me preso,
A terra árida da minha mente clama por chuva,
Mas a colheita é pouca, e o esforço em vão se prova.
Adormeço a fome, mas ela sempre retorna,
Insaciável, faminta, em busca de expressão,
E enquanto a febre das palavras me atormenta,
Busco no vazio da noite, a paz que me ausenta.