PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007

Não quero ser grande, luto contra esse pedestal,

Prefiro a sombra, onde posso me esconder,

Caminho silenciosamente pela estrada,

Os meus passos são leves, quase sem deixar rastro,

O chão não range, a terra é macia,

E nesse silêncio, encontro a minha paz.

Ando sempre com a preocupação do equilíbrio,

Obrigo-me a buscar o que é correto,

Decifro e desmistifico as intenções alheias,

Sempre as deteto, como faróis no nevoeiro,

Mas, por vezes, quase sempre,

Ignoro-as, deixo-as florescer na ilusão,

Para que se sintam invencíveis, seguros,

Deixo-os pensarem-me rastejante,

Enquanto, na verdade, sou o mestre do disfarce.

Tornei-me autossuficiente nas manobras da mente,

Um estrategista invisível, que joga sem ser visto,

Prefiro a humildade do anonimato,

Ao brilho falso da grandeza ostentada,

Pois na simplicidade, encontro a verdadeira força,

E no silêncio, a liberdade que me guia.