PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007
O futuro já não me anseia,
Apesar de o aclamar,
Serei demais para ocupar um lugar
Nessa praia imensa da ideia.
Enquanto a areia se estende sem fim,
E as ondas quebram sonhos e esperanças,
Eu sinto-me à margem, perdido em mim,
E a vastidão parece uma dança.
As promessas do amanhã são vagas,
E mesmo aclamando a sua chegada,
Vejo-me fora da grande saga,
Uma voz na eternidade não ouvida.
Nessa praia de pensamentos distantes,
O futuro esconde-se e foge,
E eu, aqui, com os meus anseios errantes,
Sigo a espera de algo que não chega e não brota.