PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007
A minha ânsia em criar é tanta,
Que perco a noção do tempo,
Por vezes incapaz, divago em momentos,
Que serão vividos em futuros fingimentos.
Cada ideia que surge é uma chama,
Que arde sem controle, sem direção,
E na pressa de moldá-la em palavras,
O presente escapa, vira mera ilusão.
Divago em cenários que não existem,
Em diálogos que nunca serão falados,
E enquanto o tempo se dissolve no ar,
Crio mundos onde me perco, sem ser encontrado.
Esses futuros que imagino, tão reais na mente,
Acabam por ser sombras, fingimentos latentes,
Mas ainda assim, continuo a criar,
Pois é na imaginação que encontro o meu lar.