PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007
Tudo o que vivi
Foi dar a conhecer o meu melhor,
Cada gesto, cada palavra,
Era uma tentativa de deixar um sinal.
Agora só me resta uma fresta,
Uma pequena abertura no tempo,
Por onde um raio de luz pode passar,
A iluminar as memórias que não quero deixar.
Nesse fio de luz, encontro o meu refúgio,
Um espaço para reviver o que foi,
E na saudade que se insinua,
Permito-me recordar, em silêncio e paz.
Tudo o que fui, tudo o que dei,
Agora se resume a esse instante,
Onde um raio de luz atravessa a fresta,
E me faz ver que, mesmo no fim,
Ainda há espaço para um último brilho,
Uma última lembrança a guardar.