PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007

Escalei demasiado em busca de glória,

Subi montanhas de ambição e desejo,

Mas o cansaço apoderou-se da minha alma,

E agora, ao olhar para trás, não vejo

Nada além de sombras e nevoeiro.

Não consigo reagir, estou preso,

Na exaustão de quem foi longe demais,

A memória apagou-se, como um eco distante,

Deixando-me sem forças, sem paz.

Cada passo que dei, cada conquista,

Agora parecem vazios, sem cor,

E a glória que tanto busquei,

Transformou-se em peso, em dor.

Subi tão alto, que me perdi,

E ao chegar ao topo, não encontrei nada,

A não ser o cansaço que me abraça,

E a falta de memória que me invade.

Agora, só quero descanso,

Deixar de lado a busca incessante,

Encontrar a paz na simplicidade,

E permitir que a alma, finalmente,

Seja livre do fardo da glória que tanto me prendeu.