PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007

Sou o canto que encanta,

O manto e o conforto,

No olhar, o espanto

De um moribundo solto.

Minha voz é suave,

Uma melodia que embala,

Trazendo paz ao aflito,

E alívio ao que se cala.

Sou o manto que envolve,

Aqueço a alma em desespero,

Nos braços do meu canto,

Encontro o espírito verdadeiro.

No olhar, o espanto se revela,

De quem, solto, se vê renascer,

Um moribundo que revive,

Ao som que o faz florescer.

Sou o canto que acalenta,

Que desperta o que estava perdido,

E mesmo no olhar de espanto,

Vejo a vida voltar, sem sentido.