PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007

Seres tu é muito pouco,

Assim como eu que me reparto,

Em fragmentos dispersos,

Tentando encontrar sentido no todo.

Somos mais do que partes,

Mais do que a soma do que aparentamos ser,

Mas, por vezes, nos limitamos

A ser apenas uma fração do que podemos.

Eu me desdobro em mil versões,

Buscando nas sombras o que me escapa,

Mas mesmo assim, sinto que falta,

Um pedaço, um toque, uma chama.

Seres tu é muito pouco,

Assim como eu, que me reparto,

Precisamos ser inteiros,

Para, enfim, nos encontrarmos.

Então, que sejamos mais,

Do que aquilo que nos definimos,

Que não nos limitemos às bordas,

Mas exploremos o infinito que em nós reside.