PRISIONEIRO DO TEMPO, © 2007
Não consigo viver no meio,
O meu lugar é nas pontas,
Onde a vida se equilibra no fio,
E o risco se torna constante.
É lá que me encontro,
A sangrar pelas almas soltas,
Que não sentiram o coração cheio,
Que vagam perdidas, sem rumo certo.
Nas extremidades, sinto a pulsação,
De uma existência intensa, sem meio-termo,
Onde cada emoção é vivida ao máximo,
E a dor se mistura com a paixão.
Eu sangro por aqueles que não amaram,
Que não conheceram o calor de um abraço,
E enquanto o mundo busca o centro,
Eu prefiro as margens, o espaço aberto.
Porque é nas pontas que a vida é mais real,
Sem máscaras, sem disfarces,
E mesmo que o sangue escorra,
Prefiro a intensidade ao vazio do meio.