PRISIONEIRO DO TEMPO 2 © 2008

Baía de Luanda, rosto de Angola,

Espelho do tempo, das lutas e glórias,

O teu verdadeiro brilho ainda se enrola,

Nas ondas da história, em velhas memórias.

Ansiando por um reflexo mais puro,

Para luzir na noite, como estrela guia,

Mas na tua mão, a esmola, o futuro

Ainda se perde no pranto, na agonia.

A ceia é amarga, mas não sem esperança,

Pois nas águas que banham a tua face,

Há um desejo profundo, uma criança

Que sonha com o dia em que a dor passe.

Baía de Luanda, guardas em ti

O passado, o presente, a saudade,

E na luta constante, ainda há de vir

O dia em que floresça a verdadeira liberdade.