PRISIONEIRO DO TEMPO 2 © 2008
Cadáver achado que sorria,
No rosto, um mistério calado,
A alma, em sua derradeira via,
Superou a dor, o fado pesado.
Foi subindo, subindo, ao além,
Rasgando o véu da mortalidade,
Mas a fada, no seu reino de bem,
Ignorou-o, alheia à sua saudade.
O sorriso, no entanto, permaneceu,
Marcado na carne já fria,
Como quem, ao partir, entendeu,
Que a paz não está na fantasia.
A escalada da alma foi além,
Onde a matéria já não podia,
E mesmo sem a fada, foi um refém
Do destino que, enfim, sorria.