PRISIONEIRO DO TEMPO 2 © 2008
Não existe boa ou má vizinhança,
Apenas rostos que se escondem no olhar,
Por detrás das portas, a desconfiança,
A espreitar, sem nunca se revelar.
É na suspeita que o laço se afrouxa,
No silêncio que pesa entre muros,
E cada palavra, mesmo que frouxa,
Carrega medos antigos e obscuros.
A boa vizinhança é um mito contado,
Uma fábula de tempos passados,
Pois na realidade, o que é partilhado
É um sentimento de passos calculados.
Não há abraços, apenas cortesia,
Um aceno tímido, quase sem vida,
E na desconfiança que se cria,
Perde-se a chance de uma alma querida.