PRISIONEIRO DO TEMPO 2 © 2008
Aqueles que tanto mal fizeram neste mundo,
Em sepulto serão banquetes apetitosos,
Os vermes, em júbilo, degustarão o profundo,
E de sua alma restarão vestígios espinhosos.
Para que todos, em aproximação,
Sintam ao de leve a picada venenosa,
E se desviem, com temor e precaução,
Da urna putrefacta e malcheirosa.
O mal que semearam em vida,
Torna-se repulsa até na morte,
Nenhum conforto, nenhuma acolhida,
Apenas o afastamento como suporte.
Pois, na terra que os recebe enfim,
Não há redenção, nem memória,
Somente o odor que se espalha assim,
E a lição de uma vida inglória.
Que sirvam de exemplo, não de respeito,
Pois até os vermes, em seu banquete,
Carregam o sabor amargo do defeito,
De uma existência sem qualquer afeto ou enfeite