PRISIONEIRO DO TEMPO 2 © 2008

As crianças choram o sino,

Na madrugada fria da fome,

Um lamento que ecoa fino,

Enquanto o mundo se cala, sem nome.

O hino que deveria ser de esperança,

Torna-se um ruído sem compasso,

Pois o mundo, sem preparo ou bonança,

Descompõe as palavras num triste passo.

Cada nota, uma lágrima contida,

Cada verso, um grito não ouvido,

E na escuridão dessa partida,

O futuro parece um sonho perdido.

Mas mesmo nas sombras desse canto,

Há uma chama que insiste em brilhar,

E as crianças, com os seus prantos,

Lembram-nos do que precisamos mudar.