PRISIONEIRO DO TEMPO 2 © 2008

Fica retida a lembrança,

Como um eco que não se desvanece,

Na retina do olho, o passado recente,

Desenha-se em cores que o tempo tece.

A ferida, ainda aberta e viva,

Verte para a poesia sua a dor latente,

O sangue, coalhado e quente,

Corre nas linhas, em tinta corrosiva.

Cada verso, um suspiro da alma,

Que se liberta na palavra sofrida,

E na poesia, encontra a calma,

Mesmo que seja na dor repetida.

O passado recente, cravado no olhar,

Transborda em imagens que não se apagam,

E na poesia, as feridas se transformam,

Em cicatrizes que ao coração afagam.