PRISIONEIRO DO TEMPO 2 © 2008

Os movimentos da alma,

Tão delicados e subtis,

Refugiam-se por engano,

Nas sombras que a fama diz.

Buscam abrigo na caverna,

Onde o brilho parece ouro,

Mas ali, a essência se interna,

E o verdadeiro valor perde o tesouro.

A fama, com o seu canto sedutor,

Atrai a alma para o seu labirinto,

Onde o eco do clamor

É vazio, distante e indistinto.

Lá, os movimentos antes livres,

Agora se tornam contidos,

Presos em laços invisíveis,

De expectativas e gemidos.

Mas a alma, em sua natureza,

Não se adapta à prisão dourada,

E mesmo na fama, sente a tristeza,

De uma liberdade roubada.

Eventualmente, percebe o erro,

E anseia por sair da ilusão,

Para encontrar o verdadeiro aterro,

Onde pode mover-se sem restrição.

Pois os movimentos da alma

Precisam de espaço e verdade,

E fora da caverna da fama,

Redescobrem a sua autenticidade.