PRISIONEIRO DO TEMPO 2 © 2008

A roer nos caixotes do lixo,

Já há quem cumpra essa sina,

Os ratos, com astúcia e capricho,

Guardam a gravata e a rotina.

No seu nicho, bem ocultos,

Escondem o que lhes convém,

Enquanto outros, sem insultos,

Vagam na busca de um bem.

Os ratos vestem fatos caros,

Mas o lixo é o seu banquete,

Na sombra tecem os seus amparos,

Enquanto o mundo os esquece.

Vivem na margem da vista,

Mas são parte do enredo,

Ratos com gravata à conquista,

Do poder que se esconde no medo.