ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008
Em oscilante prato da balança, salto com molas nos pés,
Na procura da eterna mudança, e na ideia de quem me fez.
Pleno em desequilíbrio, é-me difícil manter,
Neste constante vício, as palavras não me deixam esmorecer.
Nem um minuto para descansar, sempre a pulsar,
A todo o momento querem se registar,
Pelo receio de serem esquecidas, perdidas no ar,
A memória, por vezes, tem feridas por sarar.
As lacunas deixam escapar, como sombras a deslizar,
Os momentos que ficaram por sonhar,
E eu, que salto na balança da vida, sem cessar,
Busco na palavra a cura, o alívio que tarda a chegar.