ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Todos se afastam de mim, como se fosse feiticeiro,

Ainda bem, penso, assim ninguém me invade por inteiro.

Deixam-me no meu canto, na solidão que escolhi,

E na ignorância alheia, encontro o alívio que pedi.

A ignorância é feia, corre em veia genuína,

Mas eu também sou feio, com a alma tão franzina,

Pois permito que o meu coração se torne em pedra dura,

Distante e frio, como granito que não cura.

Deixo que o silêncio seja meu único companheiro,

E na escuridão que crio, permaneço o derradeiro,

Feiticeiro ou não, sou apenas o que restou,

Um ser que, na distância, o próprio coração calou.