ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Sou a cratera aberta pelo meteorito,

Sou o destino a chorar as horas pesadas de granito,

Sou as dores de parto do infinito,

Sou a natureza escolhida, condenada a um só registo.

Mas, mesmo assim, aflito, sou o suporte e o sufoco,

A humanidade condensada num só grito rouco,

Carrego a carga, sou o peso e a leveza,

Sou a alma em tormento, e também a fortaleza.

Sou o eco das estrelas que caíram do céu,

Sou a marca na terra, o silêncio que se ergueu,

E mesmo na dor, sou a voz que persiste,

A humanidade em luta, num grito que resiste.