ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Tudo o que senti, guardei só para mim,

Não partilhei com ninguém, ficou no peito, enfim,

Aqui, neste laudo à alma, encontro o meu lugar,

Ser e descrever o que sempre vi a transbordar.

A tristeza no olhar de quem sempre esperou,

O amor que nunca veio, o sonho que se apagou,

Recolhido em silêncio, a chorar sem parar,

Simplificando a desilusão, sem nada a declarar.

Reclamar, talvez, em jeito de herança,

O tratado da presença, um desejo em esperança,

Ser embrião à nascença, frágil na lembrança,

E muito mais, ser eterno, na memória que alcança.

Aqui, solitário, revejo o que sempre guardei,

As emoções que escondi, as que nunca revelei,

E no silêncio destas linhas, procuro o consolo,

De ser, por fim, inteiro, sem máscara ou controlo.