ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Ao virar a última página, encontro-me num espaço em branco,

Sentado num banco, onde o silêncio é franco.

Alguém me vê? Essa é a questão que me consome,

Interna, sem resposta, apenas um existir sem nome.

Nunca o direi, pois se o fizer, estarei a mentir,

Ou talvez eterno, tentando descobrir,

Que não fui apenas um palhaço a rir,

Na tentativa desesperada de quem sabe, evoluir.

Perante a plateia cheia, o que sou sem a ideia?

O que resta de mim, se não há mais o que incendeia?

A visão é clara, mas cega em sua maneira,

Resta-me apenas o eco dessa estranha cegueira.