ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Sou mais que os homens, sou a cara descoberta,

A gritar em jeito de oferta, lanço o desafio, abro uma cratera,

Sou a voz incerta, que baixinho geme,

A ferida da humanidade aberta, sem medo de que a contemplem.

Sou o cadáver dissecado, que ousou, fora do tempo,

Não ficar calado, mesmo no vento adverso, no contratempo,

Sou o olhar incansável, que no limiar da loucura,

Serena, amistoso e afável, busca a verdade pura.

Sou a dança indomável, que no palco da vida se entrega,

Não teme chorar a lágrima de mel, que o coração carrega,

E no turbilhão dos dias, sou a chama que não se apaga,

Sou mais que os homens, sou a alma que tudo embala e afaga.