ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Por vezes escrevo numa espécie de tristeza,

Com um olhar pragmático que deslumbra a frieza,

Essa emoção vazia, que não corre nas veias habituais,

As que a alma desejaria pela autenticidade dos seus ais.

Aquela tristeza que com cortes profundos rasga,

Ferem a lágrima mais seca, que a própria alma embarga,

Obrigando-a a ser saboreada por mil mundos distantes,

Onde os olhares dos defuntos anseiam por instantes.

Ansiam o seu leite, qual alimento saído do ventre,

Uma última gota de vida, que a morte não desmente,

E nessa tristeza, escrevo, com a mão pesada e fria,

Desvendando o vazio que a alma um dia cobria.