ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Errei no discurso da vida que se pretendia sublime,

Feri o contexto com palavras amargas, sem rima,

Em ousadia, evoquei pensamentos largos,

Mas afinal, eram larvas, sonhos enterrados em encargos.

Em sepulturas nunca abertas à metamorfose,

Que na luz do dia, não se sublima nem resolve,

Errei no percurso da escrita que desejava fresca e clara,

Feri a ideia com pensamentos secos, sem a alma que se dispara.

Hoje, essas palavras querem-se ocos, sem peso ou cor,

Afinal, o vazio pertence aos vencedores sem sabor,

Que nunca provaram a derrota, nem sentiram a dor,

Sem importar à alma os dissabores dos favores, sem calor.