ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Gostava de encontrar no meu caminho uma flor perfumada,

E que o seu aroma, em recordação, me trouxesse a lembrança,

Do que o destino não permitiu ter, a minha amada,

Que em queixume vive, nos braços cheios de esperança.

Os braços cheios de gritos, em aflição contida,

Desejo rebentar a tela, por não ter sido vivida,

A vida que sonhei, mas que nunca foi meu direito,

Aflitos, os meus olhos tristes, presos no seu leito.

Enclausurado a um destino desperdiçado e frio,

Tenho somente na alma a consolação de um dia,

Ter pelo menos desejado, na solidão sem fim,

O amor que nunca tive, mas que mora dentro de mim.

Resta-me redesenhar o semblante com os traços da ilusão,

Para que amanhã, com letras de fogo, eu cante a minha canção,

A tristeza das eternas lágrimas que ilumina a minha essência,

E que na dor, encontro a pura, embora amarga, existência.