ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008
Gostava de falar das coisas como realmente são,
Sem as distorcer pela fome que consome a razão,
Sobre as coisas repousa a minha ilusão,
Um véu que encobre a verdade, sem permissão.
Do cansaço, busco descanso e baixo os braços,
A escrita também o sente, no peso dos abraços,
Mesmo no melhor dos momentos, há inchaços,
Sabor amargo que fica, nas palavras sem laços.
Gostava de ser transparente, sem máscaras a usar,
Mas a vida, com suas dores, me faz tropeçar,
E na escrita encontro alívio, mas também contradição,
Entre o que desejo dizer e o que cala o coração.