ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008
Ó morte inesperada, silenciosa na tua vinda,
Não sinto a tua chegada, mas és presença infinda.
Feia e triste na aparência, mas, se me permites ver,
Em ti encontro beleza, naquilo que não sei dizer.
Uma luz do outro lado, não tão reluzente,
Mas o suficiente para fascinar o meu ser crente,
Com o brilho transcendente que emana do além,
Faz-me acreditar que a vida continua, também.
Nas ações da alma, que a dor não esmoreceu,
Com as lágrimas a lavar a sujidade que o tempo corroeu.
A incerteza que ao longo dos anos se perpetuou,
É a espinha que não quebrou, mas aos poucos se curvou.
Pelos danos sofridos, pelas mágoas carregadas,
Pelo peso das dores, das escolhas erradas,
Ó morte, na tua sombra, encontro a redenção,
E na luz que trazes, vejo a continuidade da criação.