ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 2 © 2008

Comparam-me a Pessoa, pela ironia do destino,

Ambos iletrados à toa, perseguidos pelo desatino.

Nas palavras famintas, registamos a humanidade,

E na ânsia de um nome, inventamos uma liberdade.

Mas eu, que não gosto de ser comparado,

Carrego a minha própria dor, o meu fado,

Não sou outro, sou apenas o que sou,

Um ser que na escrita se encontrou e se desdobrou.

Invento-me a cada verso, a cada linha que traço,

E mesmo que me comparem, não sigo o mesmo passo,

Pois na minha essência, sou único, sou isolado,

E não quero ser outro, senão o que tenho expressado.