ÚLTIMO CICLO © 2008

A impressão digital do universo,

Feita uma história em verso,

No laudo do poeta, o pranto,

Que transborda o coração num manto.

A dor do mundo navega, incessante,

Também por este continente,

Onde se escreve em silêncio constante,

Mas o grito da alma é evidente.

Pouco ou nada se há de mudar,

Há quem diga que a consciência pereceu,

Jaz agora no altar, a repousar,

Enquanto o mundo esqueceu.

Caminhas, conveniência? Onde vais?

Eu, à deriva, por margens sem trilho,

Na esperança que um raio me atraia,

E desperte em mim o verdadeiro filho.

Que me faça, enfim, deixar o fraldário,

Erguer-me homem, sem fingimento,

E tudo o mais que seja temporário,

E não retire de mim o sentimento.