ÚLTIMO CICLO © 2008
Não basta ser, quando o olhar se perde no vazio,
Como se a existência fosse um eco sombrio.
O túnel estende-se, numa audição sem fim,
Onde as palavras são veículos, velozes assim.
Correm desgovernadas, sem regra ou freio,
Já não há radar que capte o devaneio.
As infrações mentais, em caos a vibrar,
Onde a mente transgride sem se deixar notar.
As palavras verbais, agora sensacionais,
Erguem-se como ídolos, nos ecrãs dos jornais.
Mas o sentido? Esse já ficou para trás,
Num mundo onde ser é só um reflexo fugaz.