ÚLTIMO CICLO © 2008

Nesta era desconcertante, rolam cabeças ao vento,

Cravadas de setas, de dor e desalento.

Pelas avenidas tingidas de sangue,

E a nação, figurante, no teatro que expande.

As valetas, agora habitações sem igual,

Onde estafetas correm, mancos, em apelo fatal.

Entregam mensagens em muletas, firmes e bruscas,

Fechadas em envelopes, com caretas mordiscas.

Cada rosto reflete o tempo presente,

Uns, crianças, com chupetas pendentes,

Outros, mais velhos, de olhar já distante,

A recordar os profetas num eco vibrante.