ÚLTIMO CICLO © 2008
Não me falem de amor, geme em silêncio o universo,
A reter a sua dor, guardada em verso.
Um dia, em arremesso, irá devolver,
A quem o feriu, para também o fazer sofrer.
Que sinta a perfuração, não só em vociferar,
Mas no peito, onde a alma começa a desabar.
Aqui, caem os sonhos de toda uma nação,
Num timbre cansado, numa eterna canção.
A lengalenga repete-se, sem uma nova direção,
O século passado jamais pensou em tal condição.
A falta de comunicação, o egoísmo a crescer,
Que um raio a parta, essa razão de não ver.
Reparta-se, então, o feixe que falta,
Para iluminar este planeta que, aos poucos, se exalta.
Caminha cego, em muletas de embaraço,
Pela dificuldade de um simples abraço.