ÚLTIMO CICLO © 2008
Afinal, a noite ao proceder, esqueceu-se das estrelas,
O sonho ficou mudo, sem vento nas velas das caravelas.
Nos mares serenos, as almas flutuam, perdidas,
No vazio que criam, em ilusões desmedidas.
O esforço do dia não trouxe o almejado,
O sonho, desvanecido, deixou o peito magoado.
Nem um raio azul, nem brilho de esperança,
A vida sem cor, sem a menor lembrança.
A partilha, que deveria ser fonte de prazer,
Vagueia distante, sem rumo, sem querer.
Na cauda de um cometa, a vida se desfaz,
Longe deste planeta, onde o tempo não traz paz.