ÚLTIMO CICLO © 2008

O capim, outrora seco, agora cresce verdejante,

Com vontade suprema, ecoando ao vento, seu amante.

Segreda-lhe em sussurros, como quem guarda um segredo,

Soprando com cuidado, evitando o medo.

Não vá a má sorte trazer brisas de desventura,

E fazer germinar da morte uma sombra obscura.

Mas com água abundante, o solo floresce,

Dificilmente a miséria sobrevive ou aparece.

Entre os regos, contornando o redil,

A vida flui, como um rio de curso subtil.

Esbraceja na artéria, pulsando com força e fervor,

O capim renasce, com esperança e vigor.