ÚLTIMO CICLO © 2008
Leitura feita somente em estátuas,
Ruas com tabuletas, inscrições gastas.
O passado gravado, em pedras que murmuram,
A lembrar os poetas, escritores que perduram.
Sofreram em antecipação, com a alma exposta,
Cada verso, cada linha, uma angústia proposta.
Agora, apenas a sujidade do tempo persiste,
Apagando o descontentamento que ainda existe.
O vento sopra sobre as palavras desbotadas,
Enquanto as sombras das estátuas ficam caladas.
Mas mesmo que o tempo apague o que foi escrito,
A dor, silenciosa, permanece no infinito.