SALMOS © 2008

Cristo, o manto da sepultura caiu sobre ti,

No instante sagrado em que a dor foi revelada,

E o meu olhar, em textura de pranto, aqui

Carregou o peso do sofrimento, sem ser parada.

Tento evitar que a orfandade se erga,

Que a balança incline e a idade atinja o seu fim,

Mas o mundo, dividido, parece já não ter entrega,

Perdido num caos onde o amor se apaga enfim.

Cristo, o olhar da esperança, outrora tão forte,

Agora, neste momento recolhido, duvida da aliança.

O povo, golpista, desunido, já não crê na sorte,

E o futuro desvanece-se, sem luz ou confiança.

Mas, Cristo, mesmo no meio desta escuridão,

Eu clamo por uma nova verdade, uma nova redenção.

Que o Teu amor seja o remédio para o desespero profundo,

E que, em união, possas renovar o coração do mundo.