SALMOS © 2008

Tem sido muito difícil seguir o Teu rasto,

Na poeira dos dias em que o vento me rouba,

No ponto inicial da cruz onde o sangue, gasto,

Secou a terra, e a esperança, leve, já voa.

Descalço, sinto a dor gravada no chão,

Cada passo ecoa, mas não há som de redenção.

O manto que procuro, feito de silêncio e lamento,

É apenas a sombra do Teu último movimento.

A poeira dispersa o que restou de contentamento,

E nas minhas mãos vazias, só encontro a solidão.

Mas sei que no sopro da fé, por entre a confusão,

Hei de achar, quem sabe, o sentido desse vento.