SALMOS © 2008

Em noite cansativa, a visão se fez presente,

Uma placa luzidia, cravada com uma imagem fulgente.

Pelas ordens do sonho, pensei ser ilusão,

Uma miragem passageira, fruto da minha confusão.

Ignorei o sinal, não lhe dei atenção,

Mas ao acordar, vi que era mais do que imaginação.

A luz era real, um brilho profundo e raro,

Mas ao vê-la com indiferença, perdi o seu amparo.

A profecia, que em silêncio me foi entregue,

Escapou-me entre os dedos, e a crença desagrega-se.

Agora, resta-me o lamento pelo que não vi,

Pela fé que se desfez no instante em que a deixei partir.