SALMOS © 2008
Estou a sufocar-me neste silêncio profundo,
Preciso de bradar aos sete ventos, ao vasto mundo,
Para que levem o meu suplício, espalhem-no em movimentos,
E zig-zagueiem no ar, despistando os tormentos.
Não quero que a dor reconheça o seu próprio discurso,
Quero que se perca no caminho, sem seguir o curso.
Em plateia universal, o meu olhar genuíno,
Anseia ser aceite, como sou, a entoar o hino:
"Humanidade, a hora chegou!"
Tomba-te para o lado, recusa quem te usou.
Toca a melodia do teu coração, no timbre original,
Faz dos teus sonhos o arraial do essencial.
Não permitas ser o bobo da festa banal,
A vida, em ideia, é uma imensa floresta, plural.
E nela, podes te encontrar, na luz e na sombra,
Insisto, em família, onde o amor se assombra.
Partilha o pão, o vinho, o corpo e o sangue sagrado,
Pois em Cristo está o caminho, firme e amado.
E na comunhão da vida, em verdade e união,
Seremos todos um, na eterna celebração.