SALMOS © 2008

Serei deus da tormenta, feito gigante sofredor,

Esta terra já não aguenta, e entende o grau da minha dor.

Sou tudo, de todas as conchas à beira do vasto mar,

O olhar de diferentes modos, lousas que aprendem a sepultar.

Porque consigo ouvir os gemidos e a dor distante a chamar,

A minha alma pertence aos sofridos que já não conseguem chorar.

Sou filho de um deus, em passos lentos rumo ao esplendor,

Onde me aguarda um novo altar, Cristo a estender-me o seu amor.

E no eco dos ventos, ergue-se a minha voz a retumbar,

Sou gigante, mas frágil, e neste mundo continuo a amar.

Carrego os fardos de quem não tem forças para levantar,

Enquanto Cristo me embala, num eterno abraço a me consolar.