UM GRITO EM LIBERDADE © 2008

Deixai cedo o corpo terreno,

Para que a alma possa partir pura

Sem o peso do mundo ameno,

Que a vida mortal nos assegura.

Que se desfaça o véu da ilusão,

Que prende o espírito à matéria,

E na sua leve, etérea ascensão,

Encontre a paz, serena e séria.

Pois é na leveza que se liberta,

Onde o eterno se faz sentir,

Deixai a carne, porta aberta,

Para que a alma possa emergir.

Que o corpo, tão frágil e finito,

Seja apenas o começo breve,

De um voo infinito e bendito,

Onde o puro para sempre escreve.