UM GRITO EM LIBERDADE © 2008

Será a tua vontade sincera

Que me há-de fazer ser a ave?

A esbracejar, romper a atmosfera

E roubar ao destino a chave?

Assim nunca a soubera rodar

As voltas necessárias para abrir,

O destino que no seu modo virgem

Não reconheceu o rasto da sua origem.

E eu, que vagueio entre o que foi e será,

Espero que esse impulso, essa fé,

Me guie pelos céus onde se verá

O caminho que o tempo até hoje não é.

Pois a chave é mais do que metal forjado,

É um segredo, uma essência contida,

Que só com asas, e não com fado,

Se alcança na jornada prometida.