UM GRITO EM LIBERDADE © 2008
Viver não é ser, é um pensar posto,
É um roubar de imagens alheias
E colá-las na face do pior desgosto.
Somente um fluir de pensamento
Em tormentas, que fogem do momento
Para as não sentir plenamente por dentro.
Por fora, um ciúme aceso, à espera,
Que na hora do fogo o vento sopre
Intensamente para arder na atmosfera.
E nessa chama, tudo se consome,
Desde o sonho ao medo que arde,
E o ser, já sem nome,
Procura no vazio a sua verdade.
Mas o vento, cúmplice do destino,
Sopra mais forte, e o ciúme esvai-se,
Deixando a alma num desatino,
Onde o viver, finalmente, trai-se.