UM GRITO EM LIBERDADE © 2008

O olhar da morte é cativo

No seu modo de ser convidativo,

Traz um silêncio quase sedutor,

Que atrai sem prometer dor.

Ela chega sem pressa, disfarçada,

Com a calma de quem já sabe

Que a vida, por mais que se acabe,

Continua na sombra delicada.

E no convite, há uma paz inquieta,

Uma promessa de descanso profundo,

Como se o fim fosse uma seta

Que aponta além deste mundo.

O olhar da morte é cativo,

Mas só se rende quem já viu

Que no fim, o último suspiro

É o início do que nunca partiu.