UM GRITO EM LIBERDADE © 2008

Viver, como é? Esqueci-me.

A essência esgotou-me a alma,

No curto caminho dos meus passos,

Onde o silêncio já não me acalma.

Mas ainda tenho vagas recordações,

Sombras de um tempo que já não sei,

E são as que me restam, ilusões

Servidas no prato do que nunca terei.

Diariamente me alimento

Como um cão de guarda sem casota,

Com os sentidos em alerta ao vento,

Esperando algo que nunca brota.

Porque só tenho eira,

Que me queira sem beira,

E no vazio da vida sem norte,

Vou contando os dias à espera da sorte.